Blog da Twygo
Tecnologias e Ensino
Publicado 16/07/2020
Por Andreia

Quando foi a última vez que você utilizou a fórmula de Bhaskara no seu cotidiano? A menos que você seja um engenheiro, provavelmente a resposta será: nunca. Na contramão desse ensino padronizado, está a aprendizagem adaptativa, que busca adequar os conteúdos de acordo com as necessidades, as expectativas e o estilo das pessoas, sem esquecer que elas já possuem experiências anteriores.

Afinal, da mesma forma que as escolas tradicionais, as empresas têm cometido o mesmo equívoco de oferecer treinamentos iguais, no ritmo e no conteúdo, para colaboradores com necessidades diferentes. Vamos juntos pensar em um novo jeito de treinar pessoas?

O que é aprendizagem adaptativa?

Aprendizagem adaptativa é um modelo de ensino focado nas necessidades e objetivos do aprendiz. Portanto, se concentra naquilo que é relevante no momento para um indivíduo, considerando perfil técnico, estilo de aprendizagem e metas personalizadas.

Com base nesses requisitos, esse modelo de ensino oferece – por meio de tecnologia – os conteúdos certos na hora certa, além de alterar a sequência deles conforme o caminho trilhado pelo aprendiz. Ao contrário do modelo tradicional de ensino, essa abordagem passa a respeitar as características individuais, melhorando a experiência das pessoas.

Embora o termo tenha se popularizado nos últimos anos, a ideia de uma aprendizagem sob medida não é nova. O SRA Reading Laboratory é um exemplo de aprendizagem adaptativa “analógica”. Criado pelo psicólogo Don Parker em 1955, esse laboratório consistia em uma série de cartões de exercícios de leitura identificados por cores, em que cada cor representava um grau de dificuldade.

aprendizagem adaptativa sra reading laboratory

Foto: Reprodução/Amazon.

Depois de realizar uma avaliação inicial com os alunos, Parker designava um cartão de cor compatível com o nível de leitura identificada. Logo, ao invés de todos lerem a mesma coisa, cada criança recebia o material mais adequado para ela. Conforme fosse avançando nos exercícios, o professor poderia trocar a cor do cartão, propondo novos desafios.

Na década de 70, a aprendizagem adaptativa era conhecida como aprendizagem baseada em pesquisa (research-based learning). Durante essa época foram desenvolvidos alguns sistemas integrados de aprendizagem, que utilizavam complexos algoritmos para identificar o estilo de aprendizagem e recomendar o melhor caminho baseado nessa análise.

Como nos anos 70 a tecnologia ainda era escassa e pouco acessível, isso dificultava a implementação da aprendizagem adaptativa de forma massiva e escalável, tanto no âmbito escolar como corporativo. Graças à modernização da tecnologia e do barateamento, agora é possível utilizar sistemas que apoiem essa aprendizagem adaptativa em larga escala. Lembra do SRA Reading Laboratory? Agora ele virou uma plataforma de ensino.

aprendizagem adaptativa sra reading laboratory 2.0

Foto: Reprodução/Abiva Publishing House.

Mas ainda resta uma pergunta:

Por que a aprendizagem adaptativa está em alta agora?

Você sabia que 1% de uma semana é tudo que os colaboradores têm para focar em treinamento e desenvolvimento? Isso representa 24 minutos a cada 7 dias, conforme a pesquisa da Bersin by Deloitte.

O perfil do aprendiz moderno mudou: as pessoas estão cada vez mais distraídas e impacientes. Para reforçar isso, a pesquisa da Bersin nos apresenta que os colaboradores desbloqueiam seu smartphone 9 vezes por hora e são interrompidos a cada 5 minutos. Muitos não assistem a vídeos maiores do que 4 minutos e levam de 5 a 10 segundos para decidir se algo merece ou não sua atenção.

As tendências de aprendizagem digital acompanham esse perfil:

  • Segundo o 2018 Workplace Learning Report, elaborado pelo LinkedIn, 58% dos colaboradores preferem aprender no seu próprio tempo.
  • O relatório Modernising Learning: Delivering Results (2014), proposto pela Towards Maturity, mostra que 88% dos colaboradores aprendem melhor com outros colaboradores e 70% aprendem pesquisando no Google.
  • De acordo com The Ken Blanchard Companies, líder global em gestão de treinamentos, 33% dos profissionais de educação corporativa planejavam focar na aprendizagem adaptativa em 2019.

Nesse sentido, os benefícios de investir em práticas de aprendizagem adaptativa são muitos. Confira:

Benefícios da aprendizagem adaptativa

1. Conteúdo just in time

Com a aplicação de práticas e ferramentas de aprendizagem adaptativa, os colaboradores têm acesso a conteúdo feito sob medida para suas necessidades. A ideia principal é eliminar o desperdício de tempo e dinheiro em cursos que não agreguem muito para o trabalho do colaborador e focar naquilo que realmente vale a pena. O que importa é ajudar alguém a resolver um problema de negócio da forma mais ágil e prática possível.

Leia também: Curva de aprendizagem: aprimore facilmente com 6 dicas simples.

Nesse ponto, o microlearning e as pílulas de conhecimento são boas alternativas, pois trazem apenas o conteúdo necessário para aquele momento do colaborador, ou seja, conteúdo certo no momento certo.

2. Engajamento das pessoas

Por que algumas pessoas assistem a um vídeo até o final enquanto outras o abandonam logo nos primeiros segundos? O engajamento não é algo magicamente criado ao acaso, ele é construído. Um dos pilares para incentivar as pessoas a investirem na aprendizagem é justamente oferecer conteúdo de valor, que desperte interesse e gere envolvimento. E nada mais certeiro para engajar pessoas do que apresentar, de forma atrativa, soluções para suas necessidades.

Não podemos minimizar perfil do novo aprendiz que tem a impaciência como uma de suas características mais fortes (que influencia diretamente no engajamento). Por isso, a importância de gerar conteúdo dinâmico e que demonstre rapidamente como contribui para o dia a dia daquela pessoa.

Outro método de ensino muito reconhecido por aumentar o engajamento nas aulas é o flipped learning. Leia mais no nosso post completo sobre o assunto.

Ah, também não deixe de conferir nossa aula exclusiva sobre engajamento de colaboradores em treinamento corporativos!

3. Redução de custos

Apesar de exigir um investimento inicial em tecnologia, a aprendizagem adaptativa traz redução de custos a longo prazo. Os treinamentos corporativos tradicionais, em sua maioria aplicados presencialmente, costumam ser muito onerosos, além de inefetivos, pois não consideram necessidades específicas. Com a aprendizagem adaptativa, a empresa não precisa se preocupar com infraestrutura, pois os colaboradores têm tudo o que precisam na plataforma virtual.

4. Otimização do tempo

Você se lembra de quando eu disse que os colaboradores costumam dispor de até 24 minutos por semana para se dedicar ao treinamento e desenvolvimento? Um curso tradicional geralmente demora muito mais do que isso, não é mesmo? A aprendizagem adaptativa possibilita que o colaborador aprenda onde e quando quiser, dando mais autonomia para ele, que passa a ser o protagonista da sua própria educação.

5. Absorção do conhecimento

Na aprendizagem adaptativa, as recomendações de conteúdo são baseadas no conhecimento que o colaborador já possui e em suas experiências anteriores. Essa ferramenta também leva em consideração o estilo de aprendizagem e, por isso, costuma oferecer os conteúdos em formatos multimídia (misturando vídeos, podcasts, games, textos etc.). Ambos aumentam a absorção de conteúdo, que passa a ser mais bem aproveitado pelas pessoas.

6. Acompanhamento de resultados

Outra vantagem da aprendizagem adaptativa é que ela possibilita acompanhar se os conteúdos realmente estão funcionando e gerando os resultados esperados. A plataforma ajuda a monitorar o desempenho individual de cada colaborador, além de indicar conteúdos mais desafiadores conforme o progresso nas atividades anteriores.

Ficou com vontade de investir em aprendizagem adaptativa? Descubra por onde começar!

Dicas para implantar a aprendizagem adaptativa na sua empresa

1. Monte uma estratégia

Antes de sair por aí disponibilizando cursos e materiais, você precisa entender direito o porquê deseja implantar a aprendizagem adaptativa na sua empresa. Parece um detalhe bobo, mas ter essa clareza vai ajudá-lo a defender melhor a ideia para a alta direção e a convencer os colaboradores de que esse modelo funciona mesmo.

Tente traçar alguns objetivos e metas para esse projeto, além de identificar os principais gaps de competências que precisam ser preenchidos. Outro ponto que precisa ser observado é o nível de maturidade da organização para essa mudança. Nem sempre a cultura da empresa permitirá algo mais ousado do dia para a noite e você terá de investir algum tempo e esforço criando essa transformação e implantando um novo mindset.

2. Comece pequeno, mas comece

Há várias formas de implantar a aprendizagem adaptativa na sua empresa. E isso nem sempre significará contratar aquela plataforma super robusta e futurística com inteligência artificial e machine learning de ponta. Independentemente se você trabalhar com algoritmos ou não, vai lidar basicamente com objetos de aprendizagem e sequências.

Um objeto de aprendizagem corresponde a um conteúdo, geralmente de tela única, contendo texto e outros recursos multimídia. A sequência, por sua vez, é um conjunto de objetos de aprendizagem organizados de forma hierárquica e ordenada. Também é possível agrupar as própria sequências, formando uma trilha de aprendizagem (ou curso).

trilha de aprendizagem

Se sua empresa não tem condições de montar sequências agora, você pode focar na captura e disponibilização de objetos de aprendizagem simples e até artesanais. Pode optar, por exemplo, por gravar um vídeo demonstrando como uma determinada atividade é feita e disponibilizar para seus colaboradores. Esse conteúdo pode ser usado para treinar as pessoas que executam aquela atividade ou fazer parte do onboarding do colaborador. O mais importante é começar!

3. Adote diversos formatos de conteúdo

Se os seus colaboradores não costumam estudar lendo, não adianta nada você dividir um livro em 15 partes. Da mesma forma, é improdutivo apenas cortar um vídeo de 1 hora em pedaços menores. Precisamos pensar nos conteúdos do começo ao fim, tornando-os únicos e independentes de outros. Afinal, a tecnologia não vai resolver todos os problemas sozinha.

Entre os principais formatos que podem te ajudar a criar um ambiente mais imersivo e atrativo para os colaboradores estão o microlearning, a gamificação, a multimídia e as técnicas de imersão como realidade aumentada e realidade virtual. Ambas ajudam a trazer uma característica modular para a plataforma, possibilitando o consumo rápido e objetivo do conteúdo. Essa diversidade de formatos varia conforme a realidade de cada organização e do perfil das pessoas. Portanto, entenda quem é seu público e até onde você pode ir.

4. Envolva os colaboradores

O papel da área de RH nesse novo contexto organizacional é o de liderar a transformação digital. Essa área funciona como um agente de mudanças, responsável por catalisar ações para criar uma cultura de aprendizagem adaptativa na empresa. Portanto, o RH não é responsável por gerar todo o conteúdo, mas por fazer uma curadoria dos melhores e incentivar a participação das pessoas.

E para enfrentar esse desafio de capacitar colaboradores, é preciso também envolvê-los nesse processo, estimulando a aprendizagem social e colaborativa. Conte com multiplicadores internos que sejam facilitadores da aprendizagem dos colegas. Eles podem ajudar a montar uma rede de conteúdos – baseada em sugestões dos próprios colaboradores.

5. Contrate uma plataforma especializada

É como eu disse antes: é possível implantar aprendizagem adaptativa sem sistema, mas sua escalabilidade é baixa e fica muito mais difícil de mensurar os resultados. Por isso, o ideal é contar com uma plataforma que dê suporte para esse modelo de ensino. Essa intermediação será muito vantajosa a longo prazo, reduzindo custos e melhorando a experiência.

O Twygo tem tudo que você precisa para começar a implantar a aprendizagem adaptativa na sua organização. Com nossa plataforma, você poderá criar trilhas personalizadas para cada perfil de colaborador, além de contar com avaliações de compreensão e ranquear os melhores colocados nos treinamentos.

O Twygo suporta diversos tipos de conteúdo e oferece espaços de troca de conhecimento através dos fóruns internos. E na hora de verificar os resultados, basta conferir o dashboard de indicadores e exportar os relatórios que você desejar. Simples e fácil.

E aí, está considerando contratar uma plataforma de aprendizagem adaptativa? Esteja à frente: teste a Twygo gratuitamente e faça o futuro da educação corporativa chegar mais cedo na sua empresa!

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